O grande número de casos de Covid-19 tem aumentado as queixas de queda de cabelos nos consultórios dermatológicos. Este aumento na queda capilar é um quadro conhecido e é denominado de eflúvio telógeno. O eflúvo telógeno é um fenômeno que pode ocorrer após quadros infecciosos dos mais diversos como infecções virais (Dengue, Zika, a própria Covid -19) e bacterianas (cistites, sinusites, pneumonia), após uso de certos medicamentos, situações de estresse e após a gravidez.
O ciclo de crescimento do cabelo conta com três fases: anágena, catágena e telógena. A primeira é uma fase de crescimento, que abrange o tempo de crescimento e de permanência dos fios no couro cabeludo. A catágena é a preparação para a queda, uma fase de curta duração de 2 a 4 semanas que é seguida pela fase telógena, onde há, de fato, a queda dos fios.
O que ocorre é que o Covid-19 pode provocar uma inflamação nos folículos pilosos fazendo com que o cabelo passe mais rapidamente para a fase de queda, como se os fios durassem menos. Nessa situação, a queda diária de cabelo, que costuma ser de 100 a 150 fios, pode chegar a 300 fios por dia.
No Covid-19, além da inflamação, poderíamos acrescentar o estresse como mais um fator para a queda de cabelo. Tanto o estresse do organismo pela doença, quanto o estresse por toda a situação emocional do isolamento social.
O eflúvio telógeno, na maioria dos casos, é temporário. No entanto, pode gerar muita aflição e apreensão nos pacientes. É importante destacar que tem tratamento e sugerimos os pacientes a procurarem ajuda médica para diminuir e reverter esse processo de queda o quanto antes.