Conheça as principais doenças acometidas na pele
É uma doença inflamatória crônica da unidade pilossebácea (formada por uma glândula sebácea e um pelo rudimentar), que acomete a face, o tórax e as costas. Há uma predisposição genética associada, cujas manifestações dependem da presença dos hormônios sexuais. Tipicamente, a doença começa na puberdade e, à medida que os níveis hormonais se elevam durante a adolescência, ocorrem pústulas inflamatórias e nódulos.
A acne também pode começar em mulheres de 20 a 35 anos, que não apresentaram nenhuma lesão na adolescência. Esta acne frequentemente se manifesta na linha da mandíbula, parte inferior e média da face, abaixo do lábio inferior, e área superior do pescoço.
A manifestação clínica vai desde lesões não inflamatórias, que são os comedões (conhecidos como cravos); e inflamatórias, que são as pápulas, pústulas e nódulos (as espinhas).
O tratamento deve ser individualizado e iniciado precocemente para evitar as cicatrizes.
Alopecia, termo científico para queda de cabelo, pode ter diversas causas e tipos. Pode ser dividida em dois grandes grupos: as cicatriciais e as não cicatriciais. As mais frequentes são as não cicatriciais, com destaque para o eflúvio telógeno, alopecia androgenética (masculina e feminina) e a alopecia areata. O eflúvio telógeno seria a perda excessiva de fios, maior que 100 fios diários, e tem diversas causas possíveis, tais como: cirurgias, parto, febre, doenças tireoidianas, carência de ferro, regimes rigorosos, estresse, tração excessiva e certos medicamentos.
O tratamento consiste na correção de possíveis fatores desencadeantes e medicamentos tópicos e/ou sistêmicos de acordo com cada caso.
A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Estas células se dispõem formando camadas e, de acordo com a camada afetada, definimos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.
A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos, e a maioria dos casos está associada à exposição excessiva ao sol. É mais comum em peles claras, pela menor proteção natural destas.
Apesar da incidência elevada, o câncer da pele não-melanoma tem baixa letalidade e pode ser curado com facilidade se detectado precocemente.
Sinais de alerta:
- Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
- Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento;
- Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho.
Dentre as formas de prevenção, estão:
- Uso de chapéus, camisetas e protetores solares para evitar a exposição solar. É recomendável permanecer na sombra entre 10h e 16h, usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou diversão;
- Observar regularmente a própria pele à procura de pintas ou manchas suspeitas;
- Visitar anualmente seu dermatologista. Se houver indicação, utilizaremos a dermatoscopia digital. Este método diagnóstico nos proporciona uma maior segurança no acompanhamento das pintas e diminui a retirada cirúrgica desnecessária.
A dermatite seborreica (caspa) é uma doença comum, ocorrendo em 2% a 5% da população. Trata-se de uma inflamação crônica da pele que surge em indivíduos geneticamente predispostos e ocorre, predominantemente, nas áreas de maior produção de oleosidade pelas glândulas sebáceas: couro cabeludo, sobrancelhas, ao redor do nariz, atrás das orelhas e tórax.
A causa da dermatite seborreica é desconhecida, mas a oleosidade excessiva e um fungo (Pityrosporum ovale) presente na pele afetada estão envolvidos no processo. A localização mais frequente é o couro cabeludo e é caracterizada por intensa produção de oleosidade, descamação e coceira. Quando atingem a pele, as lesões da dermatite seborreica são avermelhadas e com descamação gordurosa.
A doença tem caráter crônico, com tendência a períodos de melhora e de piora, e costuma se agravar no inverno e em situações de fadiga ou estresse emocional. Deve-se evitar a ingestão de alimentos gordurosos, bebidas alcoólicas e o banho muito quente.
Não existe medicação que acabe definitivamente com a dermatite seborreica. Porém, seus sintomas podem ser controlados. O tratamento adequado vai depender da localização das lesões e da intensidade dos sintomas.
O envelhecimento facial é resultado da combinação das alterações em partes moles e ósseas, de diferentes estruturas anatômicas.
No osso ocorre reabsorção óssea que reduz o suporte do tecido, esse processo se inicia aos 30 anos de idade.
Na camada de gordura embaixo da pele, os adipócitos perdem volume comprometendo o revestimento facial, dando um aspecto de “rosto consumido”.
Nos músculos, assim como acontece com outros músculos como bíceps e quadríceps, os músculos da face também perdem tônus, tornam-se atróficos e colaboram com aspecto esqueletizado da face. Expressões levam à constante contração muscular que “marcam” a pele, formando as rugas fixas.
A pele é o órgão que mais reflete os efeitos da passagem do tempo. A radiação ultravioleta, o excesso de consumo de álcool, o fumo, a poluição ambiental, a falta de cuidados com a pele do rosto e a pouca ingestão de água são alguns fatores que aceleram o processo do envelhecimento. Além disso, poucas pessoas sabem que o aumento do peso corporal e dos níveis de açúcar no sangue também podem ajudar a pele a envelhecer antes do tempo. Fisiologicamente, o envelhecimento está associado à perda de tecido fibroso, perda de colágeno e elastina e à taxa mais lenta de renovação celular.
O rejuvenescimento facial precisa englobar áreas e planos de profundidade diferentes; ou seja, além do tratamento da pele, é imprescindível associar preenchedores de ácido hialurônico, bioestimuladores de colágeno, toxina botulínica e lasers.
As estrias são cicatrizes atróficas que se formam quando há destruição de fibras elásticas e colágenas na pele, principalmente no estiramento da pele. Há vários fatores desencadeantes: genética, aumento do volume corpóreo por causa de gravidez, aumento de peso, colocação de prótese mamária, uso de anabolizantes; ou por fatores hormonais como o uso de estrógeno e hormônios adrenocorticais.
Em mulheres, é mais comum encontrá-las nos flancos, coxas, glúteos, abdômen e nos seios. Acontece frequentemente quando a mulher entra na puberdade. Já em homens, é mais comum nos ombros, braços e costas. Os que se submetem à musculação excessiva ou abusam de anabolizantes são os mais propensos.
As estrias róseas ou arroxeadas são recentes e acompanhadas por um processo inflamatório local; já as brancas, como são mais antigas, já ocorreu uma atrofia mais intensa das fibras colágenas e elásticas. Em pessoas de pele negra, as estrias podem aparecer com uma coloração mais escura do que seu tom de pele.
A eficácia do tratamento irá depender da fase da estria, o local em que ela se encontra e sua espessura. É importante lembrar que não há cura total, mas há significativa melhora em sua aparência. Quanto mais cedo iniciar-se o tratamento, maiores as chances de que os resultados sejam positivos. O uso do laser fracionado combinado com a luz intensa pulsada é uma excelente opção de tratamento.
O melasma é uma manifestação caracterizada por manchas escuras na face. O seu surgimento geralmente está relacionado à gravidez ou ao uso de anticoncepcionais hormonais (pílula), e tem como fator desencadeante a exposição da pele ao sol. A doença aparece principalmente nas mulheres, mas também pode acometer os homens. Além dos fatores hormonais e da exposição solar, a tendência genética e características raciais também influenciam o surgimento do melasma.
A profundidade em que se localiza o pigmento na pele determina o tipo de melasma, que pode ser epidérmico (mais superficial e que responde melhor ao tratamento), dérmico (mais profundo e de tratamento mais difícil) ou misto. De acordo com o tipo do seu melasma, o tratamento será direcionado.
A psoríase é uma doença da pele crônica e recorrente, caracterizada por placas descamativas avermelhadas e de vários tamanhos, ocorrendo mais frequentemente nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e tronco. Atinge igualmente homens e mulheres, principalmente na faixa etária entre 20 e 40 anos, mas pode surgir em qualquer fase da vida.
O diagnóstico da psoríase é, geralmente, clínico, mas pode ser confirmado através da realização de uma biópsia, que revelará um quadro bem característico da doença.
O tratamento da psoríase dependerá do quadro clínico apresentado, podendo variar desde a aplicação de cremes, nos casos mais brandos, até tratamentos sistêmicos, para os casos mais graves.
Não existe uma forma de se acabar definitivamente com a psoríase, mas é possível se conseguir o desaparecimento das lesões. Não podemos, no entanto, afirmar que a doença não vai voltar após o desaparecimento dos sintomas.
Rosácea é uma doença inflamatória crônica da pele. Se manifesta principalmente no centro da face, nas bochechas, nariz, testa e queixo e afeta mais os adultos entre 30 e 50 anos. Embora as mulheres sejam mais suscetíveis, os homens desenvolvem as formas mais graves da enfermidade.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, diversos são os fatores envolvidos no aparecimento da rosácea: a predisposição genética, alterações emocionais e hormonais, mudanças bruscas de temperatura, exposição solar, uso de bebidas alcoólicas e medicamentos vasodilatadores ou fotossensibilizantes.
Rugas são linhas e depressões que se formam na pele com o envelhecimento. São dobras que ocorrem na pele ao longo dos anos pela força da musculatura e movimentos tanto dos membros como de todos os músculos chamados de expressão facial. Essas dobras, quando associadas aos efeitos solares, podem se tornar definitivas, profundas e até mesmo apresentarem alterações na qualidade da pele. Aparecem principalmente em áreas mais expostas ao sol, como na testa, colo, pescoço, mãos e braços.
Os poros dilatados são comuns em quem possui a pele oleosa, porque o óleo e as células mortas se depositam ao redor dos poros, fazendo com que a pele fique inchada e dando ao rosto a aparência indesejada. Além disso, a predisposição genética é outro fator capaz de afetar a dilatação dos poros.
Nesses casos, o tratamento é feito com laser fracionado e laser térmico para estímulo do colágeno.
A unha é constituída, essencialmente, por escamas córneas compactas, fortemente aderidas umas às outras, formadas com uma substância proteica chamada queratina. Elas crescem por volta de 0,1mm ao dia, sendo o crescimento mais rápido nas unhas das mãos do que a dos pés, no verão do que no inverno, no homem do que nas mulheres.
Em circunstâncias normais, as unhas das mãos levam cerca de cinco meses para crescer inteiramente e a dos pés levam de 12 a 18 meses. Por esta razão, o tratamento de suas afecções é tão demorado.
A fragilidade ungueal é uma queixa comum no consultório dermatológico, responsável por até 30% das patologias ungueais em mulheres adultas. Diversos fatores levam ao seu aparecimento, tais como: exposição excessiva a água e sabão, removedores de esmalte, idade, hipotireoidismo, deficiência de ferro e zinco dentre outros.
Micose das unhas (onicomicose) é a mais comum forma de doença ungueal. No Brasil, sua frequência é elevada. O hábito do embelezamento de suas unhas levando a retirada excessiva da cutícula, que tem a função de proteção, bem como o uso de material não estéril pode justificar este fato.
O vitiligo é uma doença adquirida, de provável origem autoimune, caracterizada por manchas brancas bem delimitadas e quase sempre simétricas. Estima-se que afete 0,5 a 2% da população mundial, geralmente iniciando-se na infância ou juventude, com cerca da metade dos casos começando antes dos vinte anos de idade. Tem uma base genética multifatorial: cerca de 30% dos pacientes com vitiligo tem um parente afetado também.
As áreas mais comumente acometidas são face, parte superior do tórax, face dorsal das mãos, axilas e virilhas. Existe uma tendência a acometer áreas ao redor de orifícios, tais como nariz, boca, olhos e ouvidos, além de áreas de pequenos traumatismos e atrito como joelhos e cotovelos e mãos.
Podem ser descritos cinco tipos de acordo com a extensão e distribuição das áreas envolvidas: localizado, segmentar (um único segmento do corpo), generalizado, universal e acrofacial (face e extremidades).
O tratamento apropriado dependerá da localização, extensão, idade e velocidade de progressão da doença. Os efeitos psicológicos do vitiligo não devem ser subestimados e precisam também ser cuidados.